quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Foi uma piada?


Depois de criticar meu trabalho injustamente com argumentos baseados no senso comum, ela tem a petulância de encerrar aquela manhã com a seguinte frase: “Não acredito que as travestis sejam reprimidas por causa de homofobia. Acredito que elas sejam reprimidas por causa de suas práticas sadomasoquistas.” Como?
Estou com ódio. Ódio dessa postura, dessa arrogância sem embasamento, dessa mania que professores metidos a intelectuais têm de colocar o que pensam como certo, como a verdade, e não darem abertura para serem questionados ou criticados. É o que eles acham e ponto. Essa não é, a meu ver, uma atitude a favor do conhecimento. É uma atitude a favor do próprio ego.
Se você tivesse idéia, sua estúpida, da idiotice que você falou, tiraria umas férias da UFRJ.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ser, estar e se relacionar


Eu parei. Não consegui me mover. Alguma coisa me assustou, me paralisou. Não sei o que houve. Pareceu um retrocesso.

“Esse pessoal é muito doido.”

E eu me fecho para me entender. Entro em meu casulo para me compreender. E me vem uma luz.

Acho que agora entendo o incômodo que ocupa boa parte do meu tempo e das minhas reflexões. Essa frustração latente, essa insatisfação constante comigo mesmo, que me impede de ser, estar e me relacionar de modo despreocupado, enfim, esse medo, é na verdade uma grande vaidade, um capricho de meu ego. E esse capricho me coloca dentro de um terrível círculo vicioso. O capricho me torna incapaz ou pelo menos deficitário em ser, estar e me relacionar. Essa deficiência, que envolve aspectos tanto internos quanto externos, se não me torna uma pessoa espinhosa, me torna invisível. Mas a invisibilidade é mais comum; costumo ficar, então, oculto, excluído, despercebido pelo meio e seus acontecimentos.
Acredito que ver essa questão de modo tão claro, como agora, é um grande avanço. Reconhecer e identificar o “problema” é o primeiro e fundamental passo para aprender a lidar com ele. Mas será mesmo? Bem sei, por vivência própria, que o melhor tratamento é o de choque.
A dificuldade de falar também impede o fluir das coisas. Quero dizer que, não falando ou falando meia palavra, as coisas não acontecem ou acontecem de modo inadequado, desagradável, inaceitável. Meu recurso, então, é falar por outros meios: este blog, a análise e a voz de outras pessoas. São meios que muito me auxiliam, mas não posso negar que eles são insatisfatórios e problemáticos.

O que não entendo é que não sou sempre assim. Vivo de extremos.

Eu preciso parar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Guerra de carnes III


Primeiro ponto: Descobri que a guerra está dentro de mim.
Segundo ponto: Num primeiro momento, acreditei que a perdi.
Terceiro ponto: Nesse momento, continuo achando que a perdi, mas não como no início. Agora vejo os frutos de uma boa luta.