sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Aloka’s em sala de aula


- “Tá rolando Lady Gaga, aloka!” Expressa sentimento.
- não é esse o uso que se faz no “meio”.
- LGBTAXMS.
- e H...
- mas o que está sendo difundido é esse.
- por causa do “Pânico na TV”, mas esse não é o uso.
- com o tempo vai virar esse uso no “meio” também, até porque não existe “oloko”.
- pode virar, mas é difícil, pois “aloka” é adjetivo, ou seja, não é uma expressão que se refere a um estado de ânimo, mas sim a uma pessoa, a um “outro”.
- eu já vi viado usar como interjeição várias vezes, tipo “Rafael falou sexo a três, aloka”.
- sim, a expressão tem relação com estado de ânimo; ninguém fala “aloka” estando triste; mas “aloka” sempre se refere à pessoa descrita; por isso, ninguém fala “aloka” se não estiver se referindo a alguém.
(...)
(tenho que omitir uma parte da conversa, onde o nível desce consideravelmente)
- homem também é “aloka”?
- claaaro! Homem gay, principalmente!
- aloka = o Beto. Partiu choppada? Vai levar o bonde LGBTXMSHRO?
- ainda não falei com eles. Por quê? Quer pegar a sapatão também?
- muito ruim. Ela parece homem.

sábado, 21 de agosto de 2010

Espanto


Tomado pela ansiedade da noite, esperando as horas passarem para enfim entrar naquele avião. Agora, exatamente agora, esse sentimento irrompe, transborda. Agora sinto que, como nunca, eu amo você. Deus... Agora, está mais forte do que nunca. Como eu amo você, como eu te quero... Sinto que te amo tanto, tanto, que seria capaz de lhe fazer promessas, de jurar coisas que jamais poderia cumprir, de me sacrificar por você.

Por que assim, por que agora? É a sensação de estar indo para longe? Onde você está agora?

Eu me sinto feliz por tudo. Sinto-me realizado. Não preciso te amar, não preciso me iludir. E ao mesmo tempo preciso.
Ver a realidade me dói, isso nunca será recíproco. O que se passa em sua cabeça? Afinal, quem é você?

Caramba, eu te amo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mais perto, mais longe


“No me acercaré a tu jardín, nunca tocaré tu flor. Es mejor la fantasía que me dio, tu leve cercanía y su color.” “Amores platónicos”, Julieta Venegas.

Estou mais perto de você, porém longe da realidade. De uns dias para cá tenho pensado nisso, pensado mais racionalmente. Por que me apaixonei por você? Há tantas coisas em você que não gosto. Há outras que gosto, mas não há como pesar essas coisas.
Talvez eu tenha criado hipóteses demais, idealizado demais, inventado demais. Talvez tenha inventado você e todo esse sentimento. Enfim, acho que entendi o significado do amor. O amor é algo que inventamos, é algo que criamos nas pessoas. Simples, à primeira vista. Mas adianta saber o fundamento das coisas? Saber o fundamento das coisas não muda essas coisas.

Coisas boas e ruins aconteceram nessa semana. São a prova de que não sou o mesmo. Eu corri, mergulhei de cabeça. Eu saí do meu casulo. Mas às vezes me desequilibro com todo esse malabarismo.

Falando nesses acontecimentos...

Há algum tempo, tenho pensado sobre algo, mas há alguns dias essa idéia se tornou forte como nunca. É agora uma idéia que me move. E isso ocorreu por conta dessas várias coisas que aconteceram. Parecia que essas coisas conspiravam entre si, pois todas levaram a um fim: essa idéia.
Foram vários sinais, diferentes e de lugares diferentes, que me convenceram de que REALMENTE essa merda não é o meu lugar.
Eis minha idéia, mais forte e avassaladora do que nunca: VOU EMBORA DESSE PAÍS.

E pra nunca mais voltar. Pronto, falei.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Até mais


“Hoy em mi ventana brilla el sol y un corazón se pone triste, contemplando la cidad, porque te vas.” “Porque te vas”, Jeanette.

Nessa noite, excepcionalmente, não quero deitar em minha cama e relembrar o dia. Não quero pensar, avaliar o peso de uma despedida, e assim me dar conta de que a coisa é mais séria do que a princípio parece. Não quero lembrar que mais um amigo se foi.

Ele se foi, mais um. Viajou para longe. Uma pessoa que pouco a pouco começa a fazer parte de sua vida, e logo você passa a nutrir por ela grande admiração e carinho, e então ela vai. E leva consigo uma parte de você. Eu vi o amor e a tristeza nos olhos de alguém, que também iria perdê-lo. Isso me tocou. Gostaria de dizer tantas coisas, que ele fora importante para meu amadurecimento, por exemplo. Mas eu não disse, pelo menos acho que não deixei isso claro. Tantas coisas que não são ditas, tantos toques, gestos e palavras que não ocorrem. Uma vida inteira que não ocorre.

“Bajo la penumbra de un farol se dormirán todas las cosas que quedaron por decir, dormirán. Junto a las manilhas de un reloj esperarán todas las cosas que quedaron por vivir, esperarán.”

Mas não quero pensar nas coisas que aconteceram e nas que deixaram de acontecer. Quero apenas deitar e dormir, retardar a tristeza, tentar, mesmo que provisoriamente, ignorar a dor de uma despedida.

Sucesso a você, amigo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Amor errado


“Como esta noite findará e o sol, então, rebrilhará, estou pensando em você...” “Onde estará o meu amor”, Maria Bethânia.

É estranho o fato de que tendemos sempre a trilhar o caminho errado. Refiro-me ao amor. O amor é sempre imperfeito, mesmo o mais perfeito.
Eu não consigo me entender. Tenho tudo ou quase tudo para dar certo no amor, mas tenho que complicar as coisas. A possível felicidade de amar alguém está diante de mim, mas não quero essa felicidade. Por um lado, tenho a oferta generosa, a promessa; de outro, tenho apenas a rejeição e a fantasia. E eu escolho a segunda opção. Escolho o amor errado. Por quê? Não sei.
Não sejamos hipócritas, a atração conta. Mas não é esse o caso. Não é tão simples assim. Ou talvez seja.
Como disse, não me entendo. E por isso não sei me explicar. Não sei por que eu tenho que amar errado. Talvez o amor não seja errado; talvez isso, exatamente isso, seja o amor. Sentir algo inexplicável por motivos inexplicáveis. E de modo imprevisível, incontrolável. O amor é um perigo. Eu não quero amar.
Contudo, penso no amor errado todos os dias. Pergunto-me onde está, o que está fazendo, no que está pensando, se lembra de mim. O amor errado está fugindo. Às vezes eu o machuco. Eu não sei lidar com essa situação e acabo sendo agressivo nas palavras.

“Será que vela como eu? Será que chama como eu? Será que pergunta por mim? Onde estará o meu amor?”

Mais uma vez, eu confesso.