Há algo
de insano em cada passo que dou. Pelo menos ultimamente. Ora, como criar tantas
coisas e fazer tantos planos para algo que não existe? De onde vem toda essa
presunção de que tudo está em minhas mãos, de que posso resolver as coisas do
meu jeito, mesmo elas não dependendo de mim?
Porque
há algo bom ao agir dessa forma, embora a dor da verdade ainda impere. Há
tanta vontade em mim que não me aguento.
Mas logo
me dou conta de que é perigoso falar e (mais perigoso ainda) sentir pelos
outros. Talvez eu sinta tanto justamente porque outros não sentem. Esse
mistério todo... Alguém precisa me dizer o que está acontecendo.
Entendo
e ao mesmo tempo não entendo. Esse segredo em torno das coisas, das nossas
vontades, dos desejos, me fascina e me apavora. Acho que agora entendo porque
isso que estou vivendo é um misto de amor e medo: isso que aparece é mais
misterioso do que eu.
Mas vou parar, eu prometo. É preciso que o caminho se dê, que ele surja espontaneamente, feito mágica. Não vou sufocar nada nem ninguém. Só a mim mesmo.
Mas vou parar, eu prometo. É preciso que o caminho se dê, que ele surja espontaneamente, feito mágica. Não vou sufocar nada nem ninguém. Só a mim mesmo.