sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O medo do fim

Por esses dias fui tomado daquele desespero familiar e silencioso. Aquele medo de estar perdendo tempo, rumo à morte, ao fim vazio. Já escrevi sobre a morte, perguntando por que não falamos dela, e isso continua sendo uma questão para mim. Aprendi que o risco não está nas coisas, está na impossibilidade de falar delas. Principalmente quando são tão fortes, tão intensas, tão perturbadoras.

Porém é mais do que isso, é mais do que simplesmente falar sobre... É falar sobre você, sobre seu próprio fim. Não é doloroso?

Estava aqui, sentado, na correria ansiosa, quando de súbito tornei-me consciente do meu fim. E escrever sobre isso torna-me ainda mais consciente. Por isso é tão difícil continuar. O que vem depois? Quero dizer, há algo depois? Será que essa história de céu e inferno é real? Parece-me que não existir mais é mais terrível que ir para o inferno. Não sei. Você morre e não existe mais. A história continua, o mundo continua, tudo continua. Você se foi. Não existe mais. O que é não existir? Como é não existir? Oh, deus...

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