Em
nuvens cinzas se tranca;
No
poente ensanguentado,
Surge a
lua muito branca.
Frente a
ela, num lampejo,
De
saudoso fim de vida,
O sol,
tristemente, vejo
Fazendo
a sua descida.
E vendo
a lua se alçando,
Sol que
desce e se retira,
Penso:
parece mentira,
Mos
tempos que vão passando.
Esse
namoro sisudo:
O sol
que espera a pequena,
E
enquanto a espera arde tudo,
Não
resiste a linda cena.
Para a
porta se conduz,
Atrás do
morro onde afunda,
Enquanto
a lua se inunda
Num
lento beijo de luz...
A tela
de céu, distante,
Relembra
o quadro da vida:
Quanta
gente, segue adiante,
Na
forçada despedida;
E quanta
lua aparece,
Em busca
de feliz plaga,
Quanto
sol que me aquece
Logo
fugindo se apaga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário