quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Como esquecer?


“Lágrimas e chuva molham o vidro da janela, mas ninguém me vê...” “Lágrimas e chuva”, Kid Abelha.

Quero, pelo menos por um momento, esquecer tudo isso. Posso fingir que sou outra pessoa? Posso sair daqui e inventar outro mundo? A chuva despenca e eu também. Esse vazio repentino, essa tristeza, essa solidão, essa incompreensão. Essa coisa que não sei o que é, mas que me toca de tal forma que parece ser  algo corpóreo.
Deixe-me em paz, vá embora daqui. Sim, você, que não deveria ter aparecido, não deveria ter existido pra mim. Sem você tudo estava mais equilibrado. Quero que meu amor se transforme em indiferença, para que eu sofra menos. Não fuja, não fique em silêncio, indiferente comigo. Não pise no meu amor, não pise. Eu preciso dar meu amor para alguém. Vá embora, vá embora… É mentira, fique.

“We say goodbye in the pouring rain and I break down as you walk away… Stay, stay…” “Stay”, Hurts.

Essa coisa dolorida continua aqui, imensa, avassaladora, inominável. Mas, nos últimos minutos, nos últimos segundos, ela se retorce e se transforma em algo muito mais bizarro, muito pior: é quando me deparo com o que você realmente é. Talvez o único modo de te esquecer seja descobrir esse monstro doente que há em você. E, trêmulo, com o coração pulando, percebo que isso está acontecendo nesse exato momento.

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