quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Centésimo

“Oh... sweet sorrow... let’s write the book tomorrow…” “Coming Home”, K. D. Lang.

Estamos aqui. Outra vez. Centésimo. Muito tempo passou. Tantas palavras escritas aqui... Pensamentos, idéias, conflitos, reflexões ou tudo isso junto. Algumas vezes nas entrelinhas, na maioria das vezes de forma escancarada. Como dizem, muito suor, sangue e lágrimas. Mas não é bem verdade: sou um homem bom, agradável, feliz a maior do tempo, e há tantas coisas doloridas aqui... E muitas coisas reduzidas, que perderam sua grandeza quando se tornaram palavras. Sinto que comecei num deserto e agora ele tem flores e água, mas a água é pouca e as flores são secas.
A dor de ontem me é antiga e exótica, mas ao mesmo tempo compreensível, até bonita. Eu era ingênuo, docemente ingênuo. Agora tenho muita maldade. Mas é melhor assim.
O cem é uma virada. Sinto assim. Um ano novo. Festa de réveillon. E como tal, dou-me o direito de fazer planos e promessas para o ano que chega.
Não quero desejar e amar a fantasia. Não quero fugir das pessoas, ficar escondido, sentado, aqui no escuro, no cantinho. Quero ir para o mundo, para tudo que há lá fora, bom e ruim.
Matei alguns corações, construí outros. Falei verdades que quase mataram. Sinto-me sozinho às vezes, falando para mim mesmo. Às vezes parece que escrevo para multidões.
Não importa. Continuaremos falando e escrevendo às multidões, mesmo que essas multidões sejam os múltiplos dentro de mim.

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