Sento-me desconfortável à
mesa. Isso não está fluindo. As pessoas são interessantes, inteligentes e bonitas.
Mas não está fluindo. Continuo desconfortável, sou como um ornitorrinco tomando
banho em público. Bizarro. E acabo metendo os pés pelas mãos.
Mas é interessante como
algumas pessoas tentam fingir alguma coisa e não conseguem. Outras não fingem
ser, pois são, e tudo flui naturalmente. E eu fico no meio termo, nesse meio
caminho entre o fingir e o ser de fato. Desse lugar incômodo, pelo menos posso
contemplar os dois lados, os dois extremos. Mas preciso ficar com a boca
fechada.
Ah, por favor, não falem de
Artes agora. Artes com letra maiúscula porque não é qualquer merda. Tenho
sensibilidade, mas ela é tosca, é grosseira. Vejo um quadro, sinto algo, mas
não sei o que é. O quadro não precisa ser bonito. Muitas vezes nem é.
Vou embora. Que noite chata.
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