É bom quando posso ver o tempo ir. Desagrada-me não vê-lo passar. É como um rio, um calmo rio, cujas águas seguem seu caminho, devagar, sem pressa, vivendo. Eu vivo mais e melhor quando vejo as águas correrem.
Mas as águas correm depressa. Não as vejo mais. É só nesses dias de ócio que me dou conta de que o rio continua seu ritmo lento, que aquele barulhinho de água ainda está ali, sem mudar, sem variar. Olho para o céu e são as mesmas nuvens, com mínimas diferenças. A vida segue. Preciso fazer algo com esse céu, com esse rio. Preciso voar nesse céu, mergulhar nesse rio. Preciso ser guiado. Não sei lidar com tanta vida.
Não posso impedir que o tempo pare; então, que continue devagar. Que eu possa ouvir o barulhinho das águas correndo. O que fazer para que esse som seja mais agradável? O que fazer para que ele seja tão parte de mim que eu possa senti-lo em mim?
Quero mais tempo, quero mais vida.
Todos gostariam um pouco mais de tempo. O que precisamos fazer é aproveitar cada momento. Não tentar fazer mil coisas ao mesmo tempo; mas sim deixarmos o tempo nos guiar, não nós o guiarmos como a maioria tenta.
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