sábado, 22 de setembro de 2012

Caindo


“I know you think that
I shouldn’t still love you, or tell you that
But if I didn’t say it, while I’d still have felt it
Where’s the sense in that?”
“White Flag”, Dido.

Noites sem dormir. Horas passando, percepção aguda, pensamentos e perguntas que nunca vão embora, mas que se intensificam enquanto a madrugada avança.
Pensei e cansei de pensar, embora não consiga parar com isso. No escuro e no silêncio, deitado na cama, pergunto-me por que tudo ficou do jeito que está. Pareço um vira-lata que não quer largar o osso, um tolo infantil que só quer sofrer. Mas não é isso. Eu quero que isso passe, quero esquecer, inclusive esquecer que fui esquecido e seguir em frente. Mas não consigo. Eu preciso entender que sou uma pessoa como qualquer outra.
Certa noite, bebi. Bebi muito, a ponto de não conseguir mais andar. Felicidade? Não. Apenas aumentei o abismo. Sabia que explodiria. Peguei um taxi e voltei para casa. Ao abrir a porta, caí no chão e ali fiquei. Não sei por quanto tempo fiquei, chorando, desolado, visualizando aquele rosto e me agoniando, esperando que alguma coisa milagrosa acontecesse ali. Mas as luzes do corredor se apagaram e não houve milagre. Fiquei no escuro, sendo observado pelo nada. Então, aos poucos, levantei-me do chão, fechei a porta e fui para a cama.
A vida segue como se nada tivesse acontecido, como se não houvesse encontros e desencontros, como se não houvesse amor, como se não houvesse catarse, nem tristeza. A vida segue morta.

“But I will go down with this ship
And I won’t put my hands up and surrender
There will be no white flag above my door
I’m in love and always will be”

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