quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ninho vazio

“Vem, te faço um carinho, eu te toco mansinho
Te conto um segredo, te encho de beijo
Depois vou descansar, não vou te acompanhar
Espero que entenda”
“Te valorizo”, Tiê.

As lágrimas insistiram em descer quando a abri a porta e me lembrei que você não estava mais ali. A casa voltara à sua tristeza e silêncio habituais. Não havia cheiro de milho, não havia cheiro de café. No meu quarto, uma surpresa esperada, escrita no papel. Outra surpresa em mim: jamais pensei que voltaria a lamentar a falta de alguém.
 
Ninho vazio, coração cheio. Obrigado, mas agora preciso respirar. Preciso permanecer entre meus cobertores, nesse ninho frio, respirando o nada, apreciando o nada. O nada é bom.
 
Agora, a solidão é minha única companheira.

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